segunda-feira, 30 de abril de 2012

"A soma dos dias", Isabel Allende

Título: A soma dos dias;
Autor: Isabel Allende;
Nº de páginas: 360;
Preço: 19,20€.











Resumo:

Entre a memória e a autobiografia, A Soma dos Dias começa quando a família de Isabel Allende se reúne para a triste cerimónia de espalhar as cinzas de Paula, protagonista de um dos mais famosos livros da autora…
Nas páginas deste livro, Isabel Allende narra com franqueza a história recente da sua vida e a da sua peculiar família na Califórnia, numa casa aberta, cheia de gente e de personagens literários, e protegida por um espírito: filhas perdidas, netos e livros que nascem, êxitos e sofrimento, uma viagem ao mundo dos vícios e outras a lugares remotos do mundo em busca de inspiração, juntamente com divórcios, encontros, amores, separações, crises matrimoniais e reconciliações. 
Também é uma história de amor entre um homem e uma mulher maduros, que ultrapassaram juntos muitos obstáculos sem perderem a paixão nem o humor, e de uma família moderna, desgarrada por conflitos e unida, apesar de tudo, pelo carinho e a decisão de continuar em frente. Esta é a família que descobrimos em Paula e que descende dos personagens de A Casa dos Espíritos.
Uma obra emotiva e escrita no tom irónico e apaixonado que caracteriza a autora, na qual nos entrega a soma dos seus dias como mulher e como escritora.


Opinião:

Uma das minhas autoras favoritas, quando peguei neste livro e vi que era uma autobiografia nem hesitei em compra-lo. E, como sempre, fiquei surpreendida pela positiva com a fluidez da escrita desta fantástica mulher. A história em si, apesar de ser a história da vida dela, podia muito bem ter sido criada de raiz, tão fantástica que é. Episódios circenses e reviravoltas que nos deixam boquiabertos pontilham uma espantosa narrativa.
Podemos acompanhar os vários episódios que originaram obras mundialmente conhecidas como Paula e A Casa dos Espíritos. Pessoalmente, chorei e ri com a família fascinante onde somos convidados a entrar. Não me alongarei mais porque, para dar a minha opinião completa teria que levantar a cortina sobre certos assuntos  em que a magia está em desvenda-los à medida que lemos. 
Assim, fica a minha recomendação. Não só para este maravilhoso livro, mas para toda a obra desta fenomenal autora e mulher. 

sábado, 28 de abril de 2012

"Onze minutos", Paulo Coelho


Título: Onze minutos;
Autor: Paulo Coelho;
Nº de páginas: 256;
Preço: 8€.













Resumo:

Paulo Coelho inspirou-se na vida de uma prostituta brasileira na Suíça para criar a personagem principal do livro, Maria, e assim falar sobre o lado sagrado do sexo. A Maria da ficção é nordestina e teve uma adolescência pontuada por frustrações no sertão. Ela decide economizar e realizar seu sonho de conhecer o Rio de Janeiro. Na praia de Copacabana ela conhece um empresário suíço que faz promessas de levá-la para a Europa e torná-la uma estrela. Maria acredita e se muda para a desconhecida Genebra tendo em mãos um contrato assinado. Se ela o tivesse lido com atenção, talvez tivesse percebido a armadilha a tempo - um trabalho semi-escravo de dançarina numa casa noturna. Em pouco tempo, ela acaba se tornando prostituta. 'Onze minutos' é um livro que fala de amor, essa palavra tão desgastada, maltratada em sua essência pelos atos humanos cotidianos. É um livro que fala da intensa relação entre corpo e alma, e como atingir a perfeita união e o sentimento duradouro, assim como de sonhos e prostituição.

Opinião:

Até hoje, não há um livro deste autor que não me tenha tocado de alguma maneira. A forma como discorre acerca de todas as temáticas sob as quais se debruça é fenomenal e reflexiva, ao ponto de nos fazer a nós reflectir também. Pois, este livro não foi excepção.
Para além de retratar uma história verídica, aborda um tema super interessante e pouco explorado, pelo menos nesta perspectiva, na literatura. Isto é, a forma como diferente como aborda o tema do sexo e das prostitutas torna esta obra deliciosa e refrescante. O facto de incluir as páginas do diário de Maria não só nos aproxima mais da personagem, uma vez que nos dá a sua perspectiva dos acontecimentos, como completa a narrativa. Contudo, por vezes, quebra o ritmo da história em si. Além do mais, representam uma forma de reflectir sobre as situações que vão ocorrendo, permitindo que o leitor adopte um posicionamento crítico face às escolhas de Maria.
Todo o romance e a história de amor que rodeiam a personagem principal não são propriamente comuns, mas, pessoalmente, gostei especialmente do fim, dado que, contrariando todo o desenvolvimento do livro é bastante romântico e fez com que gostasse ainda mais da obra, considerando o pessimismo com que o tema do Amor é abordado na mesma.

"O sorriso das estrelas", Nicholas Sparks


Título: O sorriso das estrelas;
Autor: Nicholas Sparks;
Nº de páginas: 176;
Preço: 20€.













Resumo:

 A protagonista, Adrienne Willis, é uma mulher perto dos sessenta anos e mãe, divorciada, de três adolescentes. A tragédia abate-se sobre eles quando a filha de Adrienne perde o marido devido a um cancro e na sua depressão começa a negligenciar os seus dois filhos. Agora, Adrienne chega à conclusão de que está na altura de confidenciar à sua filha um segredo seu que está escondido há mais de 14 anos. Sendo assim, um dia, durante um chá, Adrienne narrou a história do homem que lhe fez recuperar a esperança e a coragem de viver que ela pensava ter perdido para sempre, o homem que lhe mostrou o verdadeiro significado do amor e que se tornou no seu anjo da guarda para sempre, um homem chamado Paul Flanner. Três anos depois do seu marido a ter trocado por uma mulher mais nova, Adrienne trabalhou como bibliotecária em part-time, para sobreviver e cuidar do seu pai doente, que exigia assistência médica 24 horas por dia. Então, quando questionada por uma amiga, para ficar à frente de uma estalagem em Rodanthe por um fim-de-semana, Adrienne aceitou prontamente, esperando alcançar a paz e o relaxamento que ela tanto desejava. Mal ela sabia que um encontro crucial com um completo estranho a esperava. Uma terrível tempestade estava prevista para o dia em que o Dr. Paul Flanner chegou a Rodanthe, para visitar o marido de uma das suas pacientes falecidas. A par de um divórcio complicado e esperando fazer as pazes com o seu distante filho, Paul, assim como Adrienne, também estava a tentar curar o seu coração partido. Este hóspede, Paul, apesar de ser bonito e inteligente, era um homem cheio de problemas e dúvidas. Quando se viram pela primeira vez, não puderam esconder a enorme atracção que sentiram um pelo outro e com o passar do tempo acabaram mesmo por se envolver. Por isso, não foi novidade nenhuma que estas duas almas perdidas procurassem consolação (e amor) uma na outra. Enquanto os dois lutavam para que os seus sentimentos se mantivessem sem serem notados, o ambiente da pequena cidade adormecida, o calor e o acolhimento da estalagem e a intensidade das suas emoções levou a que acabassem nos braços um do outro, alterando assim a vida um do outro para sempre. Mas, apesar do desabrochar do amor deles, nem Paul nem Adrienne podiam esquecer as suas responsabilidades perante os seus filhos e foram levados a fazer uma jura de amor de que iriam ficar juntos, um dia. E durante a sua separação, eles mantiveram esta promessa viva, mas Paul parte para o Equador na esperança de passar mais tempo com o filho, porque dava mais valor à sua carreira de médico do que à família. Após ter conseguido resolver todos os problemas familiares tem um acidente mortal ao salvar o filho, e este acto altruísta separou Adrienne e Paul para sempre.
Adrienne sabe da notícia através do filho de Paul, que lhe entrega pessoalmente as cartas que esta tinha escrito para Paul enquanto este estava no Equador. O Sorriso das Estrelas não é apenas uma história de amor, mas sim sobre morrer por aquele que amamos e perdoar aquele que morre por nós. É sobre o amor que sobrevive à morte por toda a eternidade.

Opinião:

É incrível a força com que Adrienne enfrenta a vida e é incrível como Nicholas Sparks domina na perfeição este tipo de narrativa que nos faz suspirar e nos deixa, apesar de tudo, com um sorriso nos lábios. Esta é uma história inspiradora sobre o amor que não tem idade, lugar ou tempo e que, quando é verdadeiro, sobrevive a tudo. 
Adorei esta história, embora estivesse um bocadinho reticente em ler mais uma obra deste autor, uma vez que tenho ideia de que as suas narrativas, apesar de me comoverem sempre, rodam sempre em volta do mesmo. Porém, este livro lembrou-me o ditado "Não julgues um livro pela capa". Achei-o surpreendente, em especial o fim.
Os personagens são verdadeiramente inspiradores e fazem-nos pensar na importância, por vezes exagerada, que damos ao passado. Devemos enfrenta-lo, inspirar fundo e seguir em frente, com fé e esperança.
É uma leitura leve, agradável e deliciosamente romântica que nos faz sonhar e nos derrete o coração.

"Antes de nos encontrarmos", Maggie O'Farrell


Título: Antes de nos encontarmos;
Autor: Maggie O'Farrell;
Nº de páginas: 313.
PVP: 17,67.













Resumo:

Stella e Jake estão separados por milhares de quilómetros; ela vive em Londres, e ele em Hong Kong. Nada sabem acerca da existência um do outro, mas, um dia, no mesmo instante, ambos vão viver experiências que os levarão a deixar tudo para trás e, sem o saberem, a encurtar a distância geográfica e emocional que os separa, ao encontro um do outro e de si mesmos. Começa assim uma narrativa em que, pouco a pouco, nos são desvendadas duas histórias, que percorrem várias gerações, sobre identidades desenraizadas, os laços que nos unem e o apelo inconsciente do passado e dos seus segredos.

Opinião:

O livro encontra-se dividido em quatro partes que, muito há sua maneira, nos vão dando a conhecer a história das várias personagens. Tem alturas em que nos sentimentos completamente arrebatados por uma reviravolta inesperada e outras em que parece que estamos sempre a mastigar o mesmo. Mas vamos por partes:

1ª Parte - Para ser sincera, foi-me difícil entrar na história, ao principio, porque a transição entre os personagens é muito rápida e, em seis linhas, não consigo criar a empatia necessária para mergulhar de cabeça nos acontecimentos. Somos confrontados com cenas que são notoriamente bastante emocionais, mas que acabam por não nos proporcionar essa carga porque nada nos é explicado: nem quem são as personagens nem que importância os acontecimentos têm para elas. Contudo, é perceptível desde o início a forte relação que existe entre Stella e Nina e, digo desde já, é deliciosa de ler.

2ª Parte - Após a primeira parte, a história torna-se mais sequencial, mais completa e é-nos dado a conhecer um pouco mais o passados das três personagens: Nina, Stella e Jake. Foi nesta parte que entrei a fundo na história. Envolvi-me e revi-me na relação ultra-íntima das irmãs. Ainda nesta parte, são-nos constantemente apresentados novos personagens que, a esta altura do livro, só servem como adereços. No entanto, à medida que prosseguimos a leitura, apercebemo-nos da importância crescente que adquirem.

3ª Parte - Esta, ao contrário das primeiras, não se centra num passado tão longínquo (infância), mas na adolescência e início da idade adulta. Começamo-nos a aperceber de que há uma espécie de lógica cronológica na descrição dos acontecimentos que, até aqui, nos pareciam totalmente aleatórios. Conseguimos, ainda, notar a aproximação de Jake e de Stella, conseguindo quase segui-los passo a passo.

4ª Parte - O culminar da história. Apesar das voltas e reviravoltas que ainda ocorrem, este é o "capítulo da luz", onde tudo é desvendado e começa a fazer sentido. 

No que respeita às personagens, devo dizer que adorei a de Stella. Tendo irmãs mais novas, percebo os sentimentos dela no que respeita a Nina (apesar de a última ser a mais velha neste caso). Identifiquei-me bastante com ela e adorei o desenvolvimento que a acompanha ao longo dos anos. A mudança operada em Nina também é bastante óbvia e a transição completamente perceptível. Quando começamos a ler, pensamos logo que ela é completamente doida e saltamos para os julgamentos. No entanto, quando a sua história nos é revelada, tudo começa a fazer sentido e passamos de imediato a sentir empatia e simpatia por ela, compreendemos de imediato certos comportamentos que ela adquire e vemo-los sob uma perspectiva diferente. Por fim, no que se refere a Jake, acho que, no princípio, até partir em busca de Kildoune, é um homem bastante passivo, que se conformou com a vida que leva, apesar de esta o fazer completamente infeliz. Mas, quando se encontra com Stella no hotel, tudo isso mudo e ele revela-nos uma faceta que não conhecíamos e que, para ser sincera, é bastante entusiasmante de acompanhar. Quase como se alguém o abanasse pelos ombros e o fizesse acordar para o mundo, ele toma as rédeas da sua vida e impõe-se. No final, mostra-se preserverante e compreensivo e torna-se alguém fácil de gostar.
Adorei o conceito da narrativa. Duas perspectivas sobre um mesmo encontro, que se vai aproximando ao longo do tempo. Ver a forma como o tecido sinuoso do destino leva cada um a fazer certas escolhas e a optar por certos caminhos que levam, invariavelmente, ao mesmo sítio, à mesma hora. 
Um escrita um pouco enfadonha, por vezes, mas bastante agradável. Um livro leve que se lê rapidamente e que nos deixa colados às palavras para descobrirmos como acontece e o que acontecerá. Brilhante obra de Maggie O'Farrel.

"Herança", Christopher Paolini

Título: Herança:
Autor: Christopher Paolini;
Nº de páginas: 850.
PVP: 22€. 
 










Resumo:


Há pouco tempo atrás, Eragon - Aniquilador de Espectros, Cavaleiro de Dragão - não era mais que um pobre rapaz fazendeiro, e o seu dragão, Safira, era apenas uma pedra azul na floresta. Agora o destino de toda uma sociedade pesa sobre os seus ombros.
Longos meses de treinos e batalhas trouxeram esperança e vitórias, bem como perdas de partir o coração. Ainda assim, a derradeira batalha aguarda-os, onde terão de confrontar Galbatorix. E, quando o fizerem, têm de ser suficientemente fortes para o derrotar. São os únicos que o podem conseguir. Não existem segundas tentativas.
O Cavaleiro e o seu Dragão chegaram até onde ninguém acreditava ser possível. Mas serão capazes de vencer o rei tirano e restaurar a justiça em Alagaësia? Se sim, a que custo?
Este é o final da Saga da Herança, muito aguardado em todo o mundo por uma legião de fãs ansiosos.

Opinião:

Antes de começar a ler, o tamanho do livro pode assustar o leitor menos ávido, mas visto que eu ansiava há quase dois anos colocar as mãos no final desta saga, mal o recebi tive que o começar a ler. Infelizmente, como estive em época de exames, demorei mais do que previra. Contudo, apesar da dimensão deste volume (mais ou menos equiparável ao Eldest), não se sintam retraídos, porque vale a pena. 
Em segundo lugar, esta opinião pode estar um pouco superficial porque não quero estragar a história a quem ainda não a leu.
Em termos de forma, este livro é muito semelhante aos outros. O autor tem imenso cuidado em fazer a ponte para os outros livros, esclarecendo quase todas as referências que possam já estar um pouco esquecidas. Assim como nos outros livros, as reflexões de Eragon, principalmente, são um pouco extensas demais, resultando em monólogos imensos. As batalhas, como sempre, estão extremamente bem descritas e pormenorizadas, fazendo com que, por vezes, sintamos que lá estamos no meio (dei por mim a encolher o pescoço para me desviar do martelo de Roran ou de uma lança de outro soldado qualquer, por várias vezes). Isto torna-se ainda mais visível na batalha final, em que há uma alternância entre personagens fantástica e em que ora o nosso coração bate descompassadamente, ao tentarmos ajudar os Varden a matar os soldados, ora temos que, de um segundo para o outro, refrearmo-nos para pensar na melhor forma de matar Galbatorix. 
Ainda dentro da dimensão das batalhas e compreendendo a relevância que o autor queria dar ao combate de Eragon e Murtagh, acho que descrever cada centímetro de ar que eles movem ao arrastar os pés é demasiado e torna a descrição do confronto enfadonha e muito longa, desprovendo-a da emoção que ela merecia. A exaustiva descrição dos golpes e de como são feitos e com que braço, rodando que músculo e o arco que eles desenham no ar também se encontra noutras batalhas e, na minha opinião, nem sempre é necessário tantos pormenores, porque perdemos o ritmo da acção.
Contudo, há uma boa alternância entre a narrativa e os diálogos, em certas partes, fazendo com que a história não se torne tão parada e massadora, algo que aconteceria facilmente se esta não fosse tão intercalada.
Existe uma parte da história em que é descrita uma tempestade e onde nos é relatada a ascensão e descida dos ventos, de onde vêm e para onde vão e outros pormenores que, sozinhos, dariam um capítulo inteiro. Acho que é demais e, por vezes, dá a impressão que Christopher não sabia o que escrever mais e pôs-se a encher páginas.
O final do encontro entre Eragon e Galbatorix, apesar de previsível, não deixa de ser delicioso e não se estende interminavelmente. O final de Shruikan também me surpreendeu, não pelo desfecho não ser previsível, até porque é anunciado ao longo do resto da obra, mas pela brutalidade do mesmo. Eu, pelo menos, fiquei com os pêlos todos levantados.
No que se refere à edição, esta deixa muito a desejar. No início, há falta de letras ou as palavras estão fora do lugar, mas nada de mais ou que incomode a leitura, de todo. No entanto, mais para o final, há distorções de frases e de nomes que, se não estivermos muito atentos, perdemos a lógica, por exemplo, há uma altura em que durante um parágrafo inteiro chamam Saphira a Arya. Pode-se tornar confuso. Há, ainda, falta de imensas palavras ou outras estão completamente fora do sítio ou nem sequer pertencem ali. Fora isso, apesar de não ter lido a versão original, acho que está tudo bem.
Agora, falando dos personagens, que, pessoalmente, considero a melhor parte:

Eragon e Saphira: É notória a evolução dos dois e a maturidade que adquirem. Christopher conseguiu mesmo passar a noção do impacto que o tempo e tudo o que passaram teve nestes personagens. Tanto que, no final, revelam toda essa maturidade numa única decisão;

Murtagh: Já de mim tenho queda tendência para para gostar do personagem torturado, mas adorei, especialmente, Murtagh. Apesar de já nos livros anteriores nos serem dadas pistas, neste fica claro que há mais de Murtagh do que parece. Não quero dizer muito mais, para não estragar a história, mas de dizer que fiquei positivamente surpreendida e muito satisfeita com o desenvolvimento que Christopher deu a esta personagem. O fim dele, na minha opinião, é adequado, apesar de a minha veia romântica se ter contorcido terrivelmente, devido à relação que ele desenvolve (com quem não digo, eheh..);

Nasuada: Dá-se uma emergência de uma nova perspectiva desta personagem, que é bastante agradável, contrapondo-se à fria e racional versão a que estamos acostumados. Mostra-se vulnerável e, se possível, mais forte do que já a víramos.

Arya: O final de Arya é, embora previsível, delicioso. Bem sei que não posso dizer muito mais, mas adorei. Sempre gostei da personagem e da sua capacidade de raciocínio e de manter o sangue frio nas situações mais desesperantes e ver a sua personalidade nas últimas páginas do livro, deliciou-me e fez-me gostar ainda mais dela. Contudo, acho que faltava um pequeno pormenor, no seu fim...

Roran e Katrina: O primeiro, mostra-nos, mais uma vez, a sua grande capacidade de liderança. Adorei a parte em que põe o rei Orrin no seu lugar. Sempre gostei deste personagem e cada vez mais, à medida que vai ganhando importância. Também vemos mais de Katrina, neste volume. Acho que mais do que nos outros livros todos.

Para terminar, gostaria de salientar e louvar a atenção de Christopher aos pormenores, não tendo deixado pontas soltas sobre nenhum personagem, incluindo Sloan. Pessoalmente, tenho que admitir que nunca mais me lembrara deste personagem até ao momento em que este surge. 

É curioso como pedaços de imaginação tão depressa se tornam parte da nossa realidade. É com pezar que me despeço dos muitos personagens destas obras que me acompanharam durante anos. Recorda-los-ei  com carinho, pois fizeram parte de muitas páginas da minha juventude. Assim, adeus Eragon, Saphira, Arya, Nasuada, Murtagh, Angela, Solembum, Orik, Elva, Islanzadí, Roran, Katrina e tantos outros, mesmo os que nos deixaram mais cedo como Ajihad, Oromis e, claro, Brom.
Lutamos, ganhamos e perdemos juntos. Desta forma, fecha-se mais um capitulo de mais um obra (referindo-me aos quatro livros) que me fez soltar gargalhadas verdadeiramente divertidas, lágrimas de tristeza e tremores de raiva.


Obrigada, Christopher Paolini por partilhares o teu mundo connosco!=) 

"A siciliana", Sveva Casati Modignani


Título: A siciliana;

Autor: Sveva Casati Modignani;
Nº de páginas:416.
PVP: 16,60€.













Resumo

Ela era uma «donna d'onore» de uma das famílias mais poderosas da Cosa Nostra, o braço da Máfia em Nova Iorque…
Numa pequena vila siciliana, um jornalista pede uma entrevista a uma freira enigmática: ela é Nancy Pertinace, outrora figura pública de Nova Iorque e candidata a mayor da cidade. Ao longo de vários dias, Nancy fará revelações surpreendentes sobre o seu passado e sobre os motivos que a levaram a refugiar-se nos confins daquela ilha. Porém, nem sempre o que é revelado é absoluto e há mais sombras no seu presente do que se possa imaginar….
Sveva Casati Modignani assina aqui um romance empolgante, que foi já adaptado à televisão.


Opinião:

Adorei ler este livro, apesar do tempo que me levou. Confesso que entre ontem e hoje o estiquei ao máximo, para me durar até ter a minha próxima leitura. 
As personagens e a história estão fantásticas e muito bem construídas. Nancy é uma mulher deliciosa, José Vicente é um homem fenomenal, Sean McLeary encanta-nos desde o início e tantos outros personagens nos fazem derreter ao longo das páginas. 
A intriga que rodeia toda a narrativa mantém-nos presos durante páginas a fio. A Siciliana aborda a temática do amor, da vingança e da traição, em conjunto com a realidade da Máfia italiana.
Nancy desde muito cedo adquire uma seriedade e uma responsabilidade notáveis, características que a vão acompanhar ao longo da sua vida, por vezes, fazendo-a tomar decisões que mais ninguém compreende. Defende as pessoas de quem gosta com "unhas e dentes" e luta com todas as forças para chegar alto. A sua relação com Sean é fenomenal e faz-nos sonhar e a forma como esta se desenrola é surpreendente e apanha-nos completamente desprevenidos.
A forma como a história é narrada é original e diferente. O jornalista desempenha muito bem o seu papel e o seu final é, apesar de não ser tão imprevisível quanto isso, apanha-nos um pouco de surpresa, porque temos esperança que seja diferente. 
Não posso dizer muito mais sem desvendar a história. Gostei bastante desta obra e aguardo ansiosamente pela próxima!

"A viela da duquesa", Sveva Casati Modignani



Título: A viela da duquesa;
Autor: Sveva Casati Mognani;
Nº de páginas: 536;
Preço: 14,95€.











Resumo

Nápoles, 1910. Numa das muitas casas pobres da Viela da Duquesa, onde Rosa Avigliano vive com a sua numerosa família, surge de repente uma jovem mulher elegantemente vestida: ela quer que Rosa lhe prepare um feitiço para conquistar o amor do marido. Teresa, a mais velha das crianças Avigliano, fica boquiaberta perante tão extraordinária aparição. Imaginativa e sonhadora, ela gostaria de poder transpor os limites daquelas vielas sem ar e sem luz, onde viu morrer de miséria, de doença e de fome amigos, vizinhos e até um irmão mais novo. Aquela visitante misteriosa encarna aos seus olhos de rapariga tudo aquilo que até ali lhe foi vedado. Mas a bonita desconhecida não é tão feliz como Teresa imagina: a condessa Josepha Paravicini abandonara há alguns meses o seu castelo no Tirol, terra então austríaca, para casar com o príncipe Enrico Castiglia e se mudar para Nápoles, renunciando aos costumes, às pessoas que amava, às paisagens, aos aromas e à sua língua de infância. Tudo isto para vir a descobrir que o marido nunca a amara. Com o destino por cúmplice, nasce entre a princesa e a rapariga do povo uma ligação que as irá manter unidas durante toda a vida. Ambas atravessam o século que há pouco terminou, sofrem duas guerras mundiais, vivem os dramas da ditadura fascista e os tempos difíceis da reconstrução, empenhando-se na luta pelas reivindicações sociais e pela conquista do direito das mulheres à dignidade.

Narrando as histórias pessoais destas personagens, marcadas por tragédias e paixões, Sveva Casati Modignani percorre todo o século XX num romance que exprime os pontos de vista dos humildes e dos poderosos. Este entretecer de vidas privadas e grandes eventos, propicia aos leitores páginas intensas que reconstituem com realismo o espírito de uma época e exaltam a força dos sentimentos e dos ideais. 


Opinião:

Li este livro por instinto, visto que já há algum tempo queria experimentar Sveva e não fiquei nem um pouquinho desiludida! A narrativa é deliciosa, as personagens maravilhosamente trabalhadas e todo o ambiente descrito de uma forma sublime. Já há algum tempo que os livros que lia me pareciam sempre muito supérfluos, no que se refere às personagens e acabava de os ler sempre com a sensação de que não chego a conhecer as personagens. Neste, é exactamente o oposto, é daqueles livros em que, lemos a última linha, fechamos o livro, inspiramos fundo e sentimo - nos completos. O meu primeiro pensamento quando acabei de ler este livro foi: "Finalmente, um livro em que me senti completa". 
Em relação à história, adorei a personagem de Teresella (ou Teresa). Na minha opinião, Sveva conseguiu mesmo capturar a essência da força de uma mulher que tem que aprender a sobreviver a todo o sofrimento que é atirado contra ela e que vinga na vida, nunca deixando os seus ideais de lado. 
Esta foi uma leitura mais pesada do que as últimas, mas, sem dúvida, uma das melhores que já li até hoje. Recomendo vivamente e estou ansiosa por ler mais obras desta autora.

"Vai aonde te leva o coração", Susanna Tamaro



Título: Vai aonde te leva o coração;
Autor: Susanna Tamaro;
Nº de páginas: 120;
Preço: 10,70€.
















Resumo:

Este livro retrata um conjunto de cartas, escritas por uma avó com uma história de vida atribulada e rica. Nessas cartas, três gerações encontram - se e as dúvidas são dissipadas, à medida que os acontecimentos que levaram à situação actual são narrados.

Opinião:

Antes de mais, gostaria de dizer que, talvez devido às expectativas irrealistas que por vezes fazemos dos livros, fiquei um pouquinho desiludida com este. A capa sugeriu - me uma história de amor, possivelmente trágica, com muitas escolhas complicadas à mistura. Em vez disso, temos uma colectânea de cartas que narram a vida da personagem mais velha e que, por vezes, se perde em divagações, na minha opinião, um pouco morosas demais e que distraem da história em si. 
Contudo, o meu lado de romântica incurável leva - me a ver bastantes pontos positivos, também. A narrativa está bem construída e o modo de carta são algo diferente e agradável, quando queremos variar. Tomamos conhecimento de toda a história da avó que, ao ter vivido num tempo diferente, nos dá outra perspectiva do que realmente acontecia na burguesia da altura. Esta é uma personagem que, no fim, sentimos que conhecemos relativamente bem. No entanto, tanto a filha como a neta, exceptuando alguns pormenores espalhados ao longo da narrativa, não chegamos a conhecer de todo. Sabemos que a filha morreu e que a neta partiu para a América e que ambas, como a avó, tinham bastantes questões dentro de si que, juntamente com outros acontecimentos, levaram a inúmeros conflitos e vidas com demasiadas encruzilhadas. 
Apesar da editora de renome, a obra apresenta alguns erros ortográficos, mas não são suficientes para perder a vontade de continuar ou para irritar. 
Em conclusão, mais um livro leve, ideal para se ler entre aulas ou num café mais movimentado.

"Desesperadamente Giulia", Sveva Casati Modignani

Título: Desesperadamente Giulia;
Autor: Sveva Casati Modignani;
Nº de páginas: 384;
Preço: 14,95€.














Resumo:


 Giulia é uma escritora de renome. Ermes é um cirurgião famoso. Ambos provêm de mundos diferentes e ambos têm passados que os marcaram profundamente: conheceram o sacrifício, o fracasso e o sucesso.Quando se reencontram, após vinte anos de afastamento, vão viver finalmente o amor que na sua juventude não puderam concretizar. Mas a dor e a angústia voltam a invadir as suas vidas. Giulia descobre que sofre de um cancro; Ermes é acusado injustamente de corrupção. É a força, a coragem e a esperança que vão auxiliar Giulia na extenuante batalha que tem de travar para sobreviver.

Opinião: 

 Em primeiro lugar, gostaria de dizer que é um livro que, embora retrate um tema complicado (o cancro da mama), é de fácil leitura e bastante agradável.
Gostei do facto de termos várias perspectivas de vários personagens e adorei a história de Giulia e da mãe. Contudo, a história de  Carmen foi a que mais me cativou, talvez por ser uma romântica incurável. Adorei, também, a descrição de como a relação com Ermes começou (e terminou) e as desventuras eróticas em casa de Zaira estão maravilhosamente narradas. A personalidade de Giulia, sendo vulnerável e orgulhosamente forte, em simultâneo, com uma curiosidade surpreendente, é um dos aspectos que mais me agradou ao longo da narrativa. Por fim, agradou - me a ideia de ir descobrindo o passado das personagens à medida que a história se desenvolve, desde a adolescência de Giulia, até  à sua batalha com a doença, passando pelo casamento falhado, a vivência da gravidez, a sua carreira e o primeiro amor, reencontrado mais tarde (desculpem a insistência neste tópico, mas a descrição deste episódio foi, para mim, deliciosa!!).
Por outro lado, alguns flashbacks estendem - se interminavelmente, assim como as reflexões sobre alguns dos temas secundários. Da mesma forma, acho que o tópico da doença podia ser mais desenvolvido e o título do livro é um pouco enganador, no sentido em que, a certa altura, nos dá mais a impressão de que a história aborda mais as outras personagens do que a protagonista.
Achei uma reviravolta surpreendente o final de Carmen, se bem que não tenha a certeza se pela positiva ou pela negativa.

"O segredo do chocolate", James Runcie


Título: O segredo do chocolate;
Autor: James Runcie;
Nº de páginas: 206;
Preço: 9,00€.








Resumo:

Um jovem espanhol que parte para o Novo Mundo em busca de um presente para conquistar uma bela e rica donzela. Corre o ano de 1518, e Diego de Godoy, com a companhia do seu galgo Pedro, parte na esperança de conseguir encontrar algo que nenhum outro homem pudesse oferecer. No México, acaba por encontrar muito mais: não só conhece o líder Asteca Montezuma como se apaixona por uma nativa. A bela Ignacia seduz Diego com a sua beleza e com o sublime sabor do chocolate.
Os dois amantes são separados pelos acontecimentos que acabam por culminar na queda da civilização Asteca sob o jugo dos espanhóis, e os dois (e o cão) tomam uma estranha e secreta bebida, cujos efeitos Diego só descobre no momento em que se apercebe que passou um século desde a sua separação do seu amor. Começa assim uma longa viagem de Diego pela vida e pelos aromas do chocolate.


Opinião:

Antes de mais, os meus parabéns ao autor, pela sua capacidade de descrever o chocolate de forma tão sublime!! Quase que conseguimos fechar os olhos e senti - lo a derreter - se lentamente na língua, a preencher - nos os sentidos e elevando - nos ao mais alto nível de felicidade alguma vez por nós experienciada (Chocoólica, aqui!). 
Apreciei o contexto histórico em que é iniciado e o facto de introduzir personagens reais torna - o bastante interessante. Adorei o pormenor da inserção de Freud. Apesar de o seu nome nunca ter sido mencionado, é facílimo perceber quem é, para alguém que o tem vindo a estudar durante os últimos três anos. Até a concepção global do enredo me interessou, sendo algo diferente do que é usual: os inícios do chocolate, a sua história e uma deliciosa história de amor! Ingredientes fantásticos para uma boa história, na minha opinião.
Contudo, houve um pormenor que me desagradou: o ritmo da narrativa. Isto é, uma das características de Diego, é o facto de se queixar múltiplas vezes do tédio que é a sua vida demasiado extensa, mas a sensação que tive foi a contrária. Isto deveu - se à rapidez com os acontecimentos foram contados e com a superficialidade das personagens, que podiam ter sido mais trabalhadas. 
Em conclusão, o autor tem, notoriamente, capacidade para um romance mais denso, apesar de este ser um livro extremamente interessante e envolvente. 
De novo, uma leitura leve, para ser saboreada debaixo da sombra de uma árvore, num dia quente de Verão!