sábado, 30 de junho de 2012

"Os Filhos do Flagelo", Filipe Faria



Título: Os Filhos do Flagelo;

Autor: Filipe Faria;

Nº de páginas: 454.







Sinopse: 


Aewrye e os seus companheiros tentam chegar a Asmodeon e descobrir o mistério do desaparecimento de Aezrel Thoryn, mas muitos obstáculos têm de enfrentar. Separados, os companheiros têm de sobreviver às provações que se lhes depararão: Quenestil e Babaki partiram em busca de Slayra e dos seus captores e o resto do grupo que segue para as inóspitas estepes de Karatai em perseguição de Kror, o enigmático drahreg que partilha com o jovem Thoryn a Essência da Lâmina, um segredo milenar dos guerreiros de Allaryia. Nos obscuros espaços das trevas, o Mal vai estendendo os seus múltiplos e mortíferos tentáculos. Há um perigo oculto do qual as gentes de Allaryia ainda não se aperceberam mas Pearnon, o escriba, pressente-o sem no entanto o poder transmitir.

O primeiro volume foi publicado em Abril deste ano, quando Filipe Faria tinha ainda 19 anos. Considerado como a obra que iniciou o género da High Fantasy em Portugal, está prevista a continuação em mais cinco poderosos volumes sobre este fantástico mundo de Allaryia.


Opinião:

A transição entre histórias é muito rápida e, pessoalmente, quebra um pouco o ritmo de leitura porque estamos completamente embrenhados numa das histórias e, de um capítulo para o outro, muda bruscamente tanto de cenário, como de situação e de personagens.
Nota-se um amadurecimento a nível de escrita, com frases melhor articuladas e adjectivos mais elaborados e melhor empregues.
As partes descritivas foram encurtadas, o que só favoreceu o livro, mas parece-me que menos descrição de cada batalha também não ficaria mal. 
No que se refere à história propriamente dita, gostei mais deste livro do que do primeiro e Quenestil é, definitivamente, a minha personagem favorita. Neste volume, é-nos dada a conhecer Jazurrieh, a cidade dos eahannoir, conseguimos levantar um pouco a cortina sobre o passado de Slayra e de como era a sua vida antes de se juntar ao grupo, conhecemos Tannath, que eu acho que ainda vai ser muito importante mais para a frente. Este último tem uma paixão por Slayra. Tenta lutar contra ela, uma vez que eahannoir não sentem emoções como essa, mas o seu lado eahan acaba sempre por vencer e os sentimento que nutre pela bela eahannoir acabam por condena-lo. 
É-nos introduzido, ainda, o conceito da "Essência da Lâmina", uma força misteriosa que Aewyre partilha com Kror, um drarehg muito diferente dos da sua raça e que transporta dois punhais falantes. Este laço faz com que, para além de se sentirem mutuamente onde quer que estejam, de cada vez que se  vêem, tenham uma vontade quase incontrolável de lutarem. Por muito que o tenham conseguido evitar até aqui, o combate é inevitável e, mais cedo ou mais tarde, um terá que perecer.
A história principal divide-se em duas com a busca de Quenestil e Babaki por Slayra e o seu posterior desenrolar, e a perseguição dos restantes companheiro ao misterioso Kror.
Adorei a história de Quenestil, Slayra e Babaki. Apesar do acontecimento, para mim, totalmente inesperado (e que não que revelarei - ihihih), valeu a pena e, sinceramente, não sei que outro caminho poderia ter o autor seguido. Custou-me muito a ler essa parte, mas sou da opinião que valeu a pena...
A relação do shura com Slayra sofre uma drástica mudança e passam por peripécias que os transformam, se para melhor ou para pior, só o destino o dirá... Um pormenor que eu não sei se considere descontextualizado, descabido ou muito a propósito é a decisão que tomam aquando da sua viagem na jangada do Druida dos mares: fazer um bebé. Ri-me tanto com a reacção de Quenestil a esta proposta de Slayra que ia caindo abaixo do banco onde estava empoleirada (sou só eu que nunca arranjo uma posição ideal para ler?)!
Por outro lado, a relação de Aewyre com Lhiannah também sofre uma mudança radical: de um momento para o outro a arinnir deixa de o odiar visceralmente, fazem as pazes e ela confessa-lhe a razão do seu ódio para com o guerreiro que, a meu ver, era óbvio. Gosto de pensar que o autor não vai enrolar mais esta relação que desde o início se prevê!
Como já disse em cima, mas agora de forma mais sucinta, nota-se uma evolução pessoal de todos os personagens (não tão grande, talvez, em Worick) e, ao conhecermos mais pormenores sobre o seu passado e sobre os seus gostos, criamos uma maior empatia para com todos (pessoalmente, grande parte da minha vai para Quenestil e Slayra!).
Só continuarei a leitura desta saga daqui a dois livros e não estou tão ansiosa por pegar nela como estive do primeiro para o segundo (provavelmente por Quenestil e Slayra já se encontram juntos de novo e de bem um com o outro!), mas fiquei com a curiosidade aguçada no que se refere aos Filhos d'O Flagelo: o que são ao certo, como se manifestarão mais e, mais importante, quem são! À harahan Hazabel, ao seu misterioso mestre e a Baodegoth, o moorul, podemos juntar Linsha, a feiticeira, as outras seitas da Sombra e outros seres que há muito se julgavam desaparecidos. Outro ponto positivo que me dá vontade de continuar a leitura é a evolução e o crescimento a nível da escrita de Filipe. Tenho esperanças que ele lime ainda algumas arestas que, na minha opinião, merecem ser aperfeiçoadas. Isto porque, às vezes, e para ser muito sincera, a minha vontade é saltar partes inteiras que são muito aborrecidas. A receita ideal: mais diálogos, menos descrição! Mas a história em si e a magia para que esta nos leva compensa, de certa forma, esta falha a nível técnico.

sábado, 9 de junho de 2012

"As memórias de Cleópatra", Margaret George


Título: "As memórias de Cleópatra - A filha de Ísis - Primeiro Volume";

Autor:
Margaret George;

Nº de páginas: 480;

Preço: 20,14€.




Resumo:

Escritas na primeira pessoa, As Memórias de Cleópatra começam com as suas recordações de infância e vão até ao seu glorioso reinado, quando o Egipto se torna num dos mais deslumbrantes reinos da Antiguidade. As Memórias de Cleópatra são uma saga fascinante sobre ambição, traição e poder, mas também são uma história de paixão. Depois de ser exilada, a jovem Cleópatra procura a ajuda de Júlio César, o homem mais poderoso do mundo. E mesmo depois do assassinato daquele que se tornou o seu marido, e da morte do segundo homem que amou, Marco António, Cleópatra continua a lutar, preferindo matar-se a deixar que a humilhem numa parada pelas ruas de Roma. Na riqueza e autenticidade das personagens, cenários e acção, As Memórias de Cleópatra são um triunfo da ficção. Misturando História, lenda e a sua prodigiosa imaginação, Margaret George dá-nos a conhecer uma vida e uma heroína tão magníficas que viverão para sempre. 

Opinião:

Voltando atrás no tempo para vivermos como a própria grande Rainha do Egito, acompanhamos as suas vivências desde a primeira memória (a da morte da mãe), até ao fatídico fim de César que já todos conhecemos.
As memórias contadas na primeira pessoa. È a própria Cleópatra que narra a sua vida desde a morte da mãe como se fosse um diário. Conta-nos a sua infância em que via o pai como uma figura austera mas fiel á sua família apesar de tudo. Tem medo das suas duas irmãs mais velhas, considera-se mais feia que a sua irmã mais nova e simpatiza com o seu irmão mais novo desdenhando o outro. Ela vive em Alexandria onde o seu pai é rei. Após a morte da mãe fica com pavor da água. Visita regularmente o túmulo de Alexandre o Grande, de quem é descendente. Toma o primeiro contacto com os romanos numa festa dada pelo pai para receber o representante de Roma no oriente. Nesta mesma festa conhece Marco António pela primeira vez mas devido á sua terna idade não sentiu qualquer atracção por ele a qual só viria muitos anos depois. Mais tarde o pai é obrigado a fugir para Roma. As suas duas irmãs mais velhas aproveitam-se da ausência do pai e roubam o trono. Cleópatra sempre muito diplomática consegue manter um equilíbrio político não se intrometendo nos negócios das irmãs nem do pai mas desejando secretamente que este volte rápido e regresse ao poder. Algum tempo depois as irmãs são destituídas do poder com a ajuda de Roma e o pai regressa castigando as próprias filhas e elevando Cleópatra a sua sucessora no trono. Antes da sua morte casa-a com o seu irmão mais velho Ptolomeu como era hábito no Egipto. Nas suas aventuras e escapadelas para fora do palácio Cleópatra conhece Olímpio que está a estudar para medicina e Mardian um eunuco muito sábio. Com eles cria um laço de amizade que durará toda a vida. Tornando-se mais tarde nos seus conselheiros pessoais. Com estas amizades Cleópatra aprende a desfrutar dos pequenos prazeres da vida como nadar, explorar, conhecer o mundo fora do palácio e adquire conhecimentos que lhe serão mais tarde úteis no governo do país.
Assim que o pai morre Cleópatra sobe ao poder junto com o seu marido Ptolomeu. Numa incursão pelo país o seu irmão aproveita-se e usurpa-lhe o poder. Cleópatra refugia-se na fronteira junto com os seus fiéis seguidores e junta um exército. Entretanto corre a notícia de que o grande general romano Júlio César está em Alexandria e que quem realmente governa é ele e não Ptolomeu. Cleópatra sabendo da fraqueza por mulheres do general resolve chegar até ele para se aliar a Roma contra o seu irmão. Elabora um plano arriscado e numa noite chega á presença de Júlio César enrolada num tapete. Logo ali perante a surpresa Júlio César apaixona-se por ela e o amor é correspondido. Entrega-lhe Alexandria nas mãos enquanto vai conquistar o mundo. Poucos meses depois de César partir Cleópatra dá á luz Cesarion. Filho único de seu pai o qual nunca obterá a sua herança romana. Anos depois Cleópatra vai a Roma a convite de César e leva o filho na esperança deste o considerar legítimo. Recebe a simpatia de uns e é olhada com desconfiança e hipocrisia por outros. Reencontra Marco António mas o seu amor por César torna-a cega a qualquer outro homem. Conhece Octávio, nesta altura um rapazinho tímido. O que ela não sabe é que o grande amor da sua vida tem as horas contadas e alguns membros do senado assassinam-no nas escadas deste. Os poucos amigos leais que restam do agora, Imperador juram vingança pela sua morte. Entre eles contam-se Cleópatra e Marco António. Aqui termina este primeiro livro de uma trilogia.
No que se refere à personagem de Cleópatra, para mim, nada de novo, visto que é uma personalidade que me interessa pessoalmente e sobre quem procurei sempre saber mais. O seu espírito aventureiro, audaz e a sua precoce sapiência, em simultâneo com a inocência de criança estão presente e bem visíveis e maravilhosamente espelhados pela autora numa personagem que é um encanto de acompanhar. César, contudo, foi uma surpresa. Sobre ele já não tinha tanto conhecimento prévio e foi agradável ver as várias facetas do Grande General e Conquistador de Roma.

Um ponto negativo na narrativa é que apresenta demasiada descrição. Relata guerras secundárias à história com todos os pormenores estratégicos e viagens longuíssimas com todos os pormenores da paisagem e da água e da ondulação do barco. É bom conseguir visualizar as paisagens e as roupas, mas descrições de três folhas (folhas e não páginas) é um bocadinho demais e torna-se, por vezes, exasperante ao ponto de apetecer ler tudo só por alto e passar directamente para os diálogos. Os últimos, por sua vez, são os grandes impulsionadores da história, revelando, por vezes, mais do as grandes descrições.

Relativamente às referências históricas, nas que me posso pronunciar por as ter estudado, nomeadamente a cena das corridas e do banquete, tanto os nomes como as disposições e alguns pormenores estão bastante bem retratados e dá gosto de ver o cuidado da escritora em nomear as coisas em latim.

A parte da história em que acaba, devo admitir, foi escolhida de forma perfeita, uma vez que deixa o leitor num suspense tremendo, com vontade de saber o que irá acontecer a seguir. O mesmo se dá quando Cleópatra vai dando pequenas pistas, pequenos vislumbres do que vai acontecer quer mais à frente no livro, quer no próximo.

O resumo da contracapa torna-se enganador, dando a impressão de que todo o resumo que relata se encontra nas páginas deste mesmo livro, quando isso não se verifica.

De resto, uma história de amor trágica e deliciosa, pontilhada com alguma ação e muitos momentos parados de descrição é o que podemos encontrar nestas páginas.

Pessoalmente, gostei bastante do livro, apesar dos pontos negativos que já mencionei. Contudo, não é nem uma leitura rápida, nem leve. Demorei bastante mais do que pretendia com este livro e isto não se deve apenas á falta de tempo...


sexta-feira, 8 de junho de 2012

Aquisições Feira do Livro 2012


Dez minutos encontravam-se entre o momento em que cheguei à Hora H da Feira do Livro do Porto e o final da mesma. Assim, calcorreando as bancas e varrendo-as com o olhar em busca de algumas das obras que perfaziam a minha vasta lista de "Livros a comprar", acabei por adquirir as seguintes:

1 - "Os Filhos do Flagelo", Filipe Faria;
2 - "Marés Negras", Filipe Faria;
3 - "Marcada",  P.C. Cast e Kristin Cast;
4 - "Hush, Hush", Becca Fitzpatrick;
5 - "Crescendo", Becca Fitzpatrick;
6 - "O Filho de Thor - I", Juliet Marillier;
7 - "O Filho de Thor - II", Juliet Marillier;
8 - "A Máscara da Raposa - I", Juliet Marillier;
9 - "A Máscara da Raposa - II", Juliet Marillier;
10 - "Salva-me", Guillaume Musso.

Há medida que os for lendo vou colocando a minha opinião!

Boas Leituras!!!