
Título: Catarina de Bragança - Princesa de Portugal e Rainha de Inglaterra;
Autor: Isabel Stilwell;
Nº de páginas: 644;
Preço: 23€.
Sinopse:
Com 23 anos a infanta Catarina de Bragança, filha de D. Luísa de Gusmão e de
D. João IV, deixou para trás tudo o que lhe era querido e próximo para navegar
rumo a uma vida nova. No coração um misto de tristeza e alegria. Saudade da
sua Lisboa, de Vila Viçosa, do cheiro a laranjas, dos seus irmãos que já haviam
partido deste mundo e dos que ficavam em Portugal a lutar pelo poder. Mas os
seus olhos escuros deixavam perceber o entusiasmo pelo casamento com o
homem dos seus sonhos, Charles de Inglaterra, um príncipe encantado que
Catarina amava perdidamente ainda antes de conhecê-lo. Por ele sofreu num
país do qual desconhecia a língua, os costumes e onde a sua religião era
condenada. Assistiu às infidelidades do marido, ao nascimento dos seus filhos
bastardos enquanto o seu ventre permanecia liso e seco, incapaz de gerar o tão
desejado herdeiro. Catarina não foi capaz de cumprir o único objectivo que como
mulher e rainha lhe era exigido. «Se ao menos não o amasse tanto!», pensava
nas noites mais longas e tristes... Ao longo destas páginas apaixonamo-nos,
sofremos, rimos e choramos.
Resumo:
Uma palavra: adorei!
Gosto de acreditar que Catarina de Bragança, nascida filha de um duque e feita infanta de Portugal, para depois assumir o papel de Rainha de Inglaterra, foi mesmo como a escritora a descreve. Forte, delicada e com uma graça, perspicácia e inteligência que a tornam um autêntico modelo a seguir!
A nível de pormenores da época, achei deliciosos todos os pormenores que constituem o livro, desde as descrições dos quartos, às roupas e às introgas na corte.
A escrita de Isabel é fluida e transporta-nos até a um século passado, longe no tempo, onde Portugal ainda lutava pela independência de Castela.
Catarina, apesar de ter visto muitos dos seus sonhos e esperanças afogados no rio Tamisa, mudou a vida de um homem que todos pensavam estar irremediavelmente condenado e espalhou a sua generosidade e bondade num reino onde apenas a cobiça e as linguas viperinas eram comuns no dia-a-dia.
Aconselho vivamente este livro, especialmente para alguém que, mesmo que não goste de romances históricos, porque facilmente nos abstraímos dessa vertente tal é a intensidade com que vivemos os dramas desta grande mulher, pricura uma verdadeira inspiração feminina.
Para finalizar, gostaria de dar ênfase à última frase do resumo do livro, porque se torna verdade. É um daqueles livros que deixa um vazio quando o viramos a última página e constatamos que chegamos ao fim.