sábado, 6 de outubro de 2012

"A Criança que não queria falar", Torey Hayden

Título: A criança que não queria falar;

Autor: Torey Hayden;

Nº de páginas: 240;

Preço: 15,15€.







Sinopse:

Era uma criança de seis anos insociável, violenta, perdida num mundo de raiva e sofrimento... até encontrar uma jovem e brilhante professora. 
Esta é a história verídica e comovente da relação entre uma professora que ensina crianças com dificuldades mentais e emocionais e a sua aluna, Sheila, de seis anos, abandonada por uma mãe adolescente e que até então apenas conheceu um mundo onde foi severamente maltratada e abusada. Relatada pela própria professora, Torey Hayden, é uma história inspiradora, que nos mostra que só uma fé inabalável e um amor sem condições são capazes de chegar ao coração de uma criança aparentemente inacessível. Considerada uma ameaça que nenhum pai nem nenhum professor querem por perto de outras crianças, Sheila dá entrada na sala de Torey, onde ficam as crianças que não se integram noutro lugar. É o princípio de uma relação que irá gerar fortes laços de afecto entre ambas, e o início de uma batalha duramente travada para esta criança desabrochar para uma vida nova de descobertas e alegria. Desde a sua publicaçã o, em 1980, o livro já vendeu 8 500 000 exemplares no Reino Unido e foi traduzido em 27 línguas, tendo sido um bestseller em vários países.

Opinião:

Brutal, delicioso e verdadeiramente ternurento. O que mais nos impressiona neste fantástico relato, é o facto deste ser verídico, mexendo ainda mais com o nosso íntimo. 
Estava um pouco reticente em pegar neste livro, porque trata de crianças e isso remexe com algo cá dentro e nem sempre fico bem comigo mesma depois de ler este tipo de livro. Ainda para mais sendo esta uma história real. Mas ainda bem que peguei e tenho a agradecer a uma grande amiga por mo ter emprestado.
Esta é a história de Sheila, narrada pela sua professora Torey, que a recebe por volta do mês de Janeiro na sua sala de crianças "malucas" (todas elas sofrem de perturbações em níveis que tornam impossível a sua integração no ensino regular), enquanto a criança aguarda uma vaga num hospital psiquiátrico. 
Sheila é-nos desde cedo apresentada como um "pequeno demónio" de 6 aninhos, que pegou fogo a uma criança de 3 anos e que destrói tudo à sua frente, sem nunca pronunciar uma palavra. Logo, o meu instinto profissional deu de si, dizendo-me que teria que haver algo mais por detrás deste comportamento, mas não me quero distanciar muito da história em si.
No que se refere ao episódio pelo qual a criança é condenada (a tentativa de homícidio), a autora é divinal ao desfocar a nossa curiosidade macabra desse incidente e em foca-la onde esta deve estar.
À medida que vamos conhecendo a verdadeira criança por detrás daquele comportamento, apercebemo-nos de como somos rápidos a julgar e a rotular alguém (mesmo que se trate de uma criança de 6 anos), apenas pelas suas acções, sem nunca nos questionarmos  sobre o seu passado ou os seus motivos para esse comportamento. É impressionante a rapidez com que nos colocamos no lugar de Torey e nos ligamos a Sheila da mesma forma que ela, acabando por ficar igualmente feliz com qualquer pequeno progresso que ela consiga alcançar. 
No entanto, e reforço, de novo, que o facto desta ser uma história verídica, sempre que pensamos que a criança se encontra relativamente bem, surgem novas formas de maus tratos que nos deixam com um nó na garganta e uma verdadeira vontade de fazer alguma coisa.
É importante, ainda, notar que este relato se passou em 1980 e alguns pormenores relativamente ao ensino são muito antigos e revoltantes. Contudo, adorei esta história, com todo o meu coração e afirmo que ainda bem que há educadores e prestadores de cuidados iguais a Torey, que conseguem ver para além das aparências e descobrem verdadeiros tesouros escondidos sob um manto de mau comportamento. 
Recomendo vivamente a qualquer pessoa que goste ou se relacione de alguma forma com crianças, porque nos é apresentada uma história de força, luta e coragem por parte de uma criatura tão pequena que nunca se poderia tornar menos que uma inspiração para o dia - a - dia e para a nossa própria realidade. 

11 comentários:

  1. Olá Ghost Reader,
    Um dia quando crescer quero ser uma profissional como a Torey Hayden! Adoro cada pedacinho dos seus livros. Ficamos sem palavras :D
    Beijinhos e boas leituras**

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    1. Olá, Carolina!=)

      É verdade, ela é uma inspiração! Este foi o primeiro livro que li dela, mas a amiga que mo emprestou tem mais já prontos para conhecerem o toque das minhas mãos!=p
      Gostei imenso dela=)

      Bjinhos e boas leituras!**

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  2. Olá Ghost
    Engraçado que me ofereceram alguns livros dela e nunca me senti muito à vontade para pegar e ler, mas depois de ler o teu comentário, certamente que vou procurar para ler....e a pilha aumenta;)
    Beijocas e boas leituras;)

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    1. Olá Leitora,
      é sem dúvida uma autora fabulosa, mas é sobretudo uma Professora, com P grande e que, no mundo inteiro, devem haver muito poucas!!
      É delicioso ler o seu trabalho!!

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  3. Olá, Leitora!=D

    Só li este, ainda, mas parece-me que são daqueles livros que nos tocam mesmo! Recomendo vivamente se gostas de livros que te façam sentir revoltada por não poderes fazer nada para mudar o mundo!xD

    Bjinhos e boas leituras!**

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  4. Tenho este livro na minha estante!
    tenho de o ler!
    Obrigado pela tua partilha :)

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  5. Ghost este livro tem continuação! Tens mesmo de ler é igualmente brilhante! Já li imensos livros da Torey e por vezes tenho dificuldade em arranjar palavras que os descrevam! No meu blog apenas tenho a opinião de um (li os outros muito antes da crianção do blog). É uma boa aposta!
    Beijinhos

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    1. Olá, Sil!=)

      Sim, eu sei, é quando ela encontra a Sheila outra vez, não é? Ainda não o arranjei, mas está na minha lista para ler!=p

      Bjinhos e boas leituras!**

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    2. Sim, a Torey encontra a Sheila com 14 anos (acho que é esta a idade). Apesar de serem ambos muito bons livros, o primeiro conseguiu tocar-me mais!

      Beijinhos e boas leituras

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    3. Pois, pelo menos a mim, situações das que são retratadas no livro tocam-me muito mais se forem com crianças pequenas. É o instinto maternal!xD

      Bjinhos e boas leituras!**

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