sábado, 28 de abril de 2012

"Herança", Christopher Paolini

Título: Herança:
Autor: Christopher Paolini;
Nº de páginas: 850.
PVP: 22€. 
 










Resumo:


Há pouco tempo atrás, Eragon - Aniquilador de Espectros, Cavaleiro de Dragão - não era mais que um pobre rapaz fazendeiro, e o seu dragão, Safira, era apenas uma pedra azul na floresta. Agora o destino de toda uma sociedade pesa sobre os seus ombros.
Longos meses de treinos e batalhas trouxeram esperança e vitórias, bem como perdas de partir o coração. Ainda assim, a derradeira batalha aguarda-os, onde terão de confrontar Galbatorix. E, quando o fizerem, têm de ser suficientemente fortes para o derrotar. São os únicos que o podem conseguir. Não existem segundas tentativas.
O Cavaleiro e o seu Dragão chegaram até onde ninguém acreditava ser possível. Mas serão capazes de vencer o rei tirano e restaurar a justiça em Alagaësia? Se sim, a que custo?
Este é o final da Saga da Herança, muito aguardado em todo o mundo por uma legião de fãs ansiosos.

Opinião:

Antes de começar a ler, o tamanho do livro pode assustar o leitor menos ávido, mas visto que eu ansiava há quase dois anos colocar as mãos no final desta saga, mal o recebi tive que o começar a ler. Infelizmente, como estive em época de exames, demorei mais do que previra. Contudo, apesar da dimensão deste volume (mais ou menos equiparável ao Eldest), não se sintam retraídos, porque vale a pena. 
Em segundo lugar, esta opinião pode estar um pouco superficial porque não quero estragar a história a quem ainda não a leu.
Em termos de forma, este livro é muito semelhante aos outros. O autor tem imenso cuidado em fazer a ponte para os outros livros, esclarecendo quase todas as referências que possam já estar um pouco esquecidas. Assim como nos outros livros, as reflexões de Eragon, principalmente, são um pouco extensas demais, resultando em monólogos imensos. As batalhas, como sempre, estão extremamente bem descritas e pormenorizadas, fazendo com que, por vezes, sintamos que lá estamos no meio (dei por mim a encolher o pescoço para me desviar do martelo de Roran ou de uma lança de outro soldado qualquer, por várias vezes). Isto torna-se ainda mais visível na batalha final, em que há uma alternância entre personagens fantástica e em que ora o nosso coração bate descompassadamente, ao tentarmos ajudar os Varden a matar os soldados, ora temos que, de um segundo para o outro, refrearmo-nos para pensar na melhor forma de matar Galbatorix. 
Ainda dentro da dimensão das batalhas e compreendendo a relevância que o autor queria dar ao combate de Eragon e Murtagh, acho que descrever cada centímetro de ar que eles movem ao arrastar os pés é demasiado e torna a descrição do confronto enfadonha e muito longa, desprovendo-a da emoção que ela merecia. A exaustiva descrição dos golpes e de como são feitos e com que braço, rodando que músculo e o arco que eles desenham no ar também se encontra noutras batalhas e, na minha opinião, nem sempre é necessário tantos pormenores, porque perdemos o ritmo da acção.
Contudo, há uma boa alternância entre a narrativa e os diálogos, em certas partes, fazendo com que a história não se torne tão parada e massadora, algo que aconteceria facilmente se esta não fosse tão intercalada.
Existe uma parte da história em que é descrita uma tempestade e onde nos é relatada a ascensão e descida dos ventos, de onde vêm e para onde vão e outros pormenores que, sozinhos, dariam um capítulo inteiro. Acho que é demais e, por vezes, dá a impressão que Christopher não sabia o que escrever mais e pôs-se a encher páginas.
O final do encontro entre Eragon e Galbatorix, apesar de previsível, não deixa de ser delicioso e não se estende interminavelmente. O final de Shruikan também me surpreendeu, não pelo desfecho não ser previsível, até porque é anunciado ao longo do resto da obra, mas pela brutalidade do mesmo. Eu, pelo menos, fiquei com os pêlos todos levantados.
No que se refere à edição, esta deixa muito a desejar. No início, há falta de letras ou as palavras estão fora do lugar, mas nada de mais ou que incomode a leitura, de todo. No entanto, mais para o final, há distorções de frases e de nomes que, se não estivermos muito atentos, perdemos a lógica, por exemplo, há uma altura em que durante um parágrafo inteiro chamam Saphira a Arya. Pode-se tornar confuso. Há, ainda, falta de imensas palavras ou outras estão completamente fora do sítio ou nem sequer pertencem ali. Fora isso, apesar de não ter lido a versão original, acho que está tudo bem.
Agora, falando dos personagens, que, pessoalmente, considero a melhor parte:

Eragon e Saphira: É notória a evolução dos dois e a maturidade que adquirem. Christopher conseguiu mesmo passar a noção do impacto que o tempo e tudo o que passaram teve nestes personagens. Tanto que, no final, revelam toda essa maturidade numa única decisão;

Murtagh: Já de mim tenho queda tendência para para gostar do personagem torturado, mas adorei, especialmente, Murtagh. Apesar de já nos livros anteriores nos serem dadas pistas, neste fica claro que há mais de Murtagh do que parece. Não quero dizer muito mais, para não estragar a história, mas de dizer que fiquei positivamente surpreendida e muito satisfeita com o desenvolvimento que Christopher deu a esta personagem. O fim dele, na minha opinião, é adequado, apesar de a minha veia romântica se ter contorcido terrivelmente, devido à relação que ele desenvolve (com quem não digo, eheh..);

Nasuada: Dá-se uma emergência de uma nova perspectiva desta personagem, que é bastante agradável, contrapondo-se à fria e racional versão a que estamos acostumados. Mostra-se vulnerável e, se possível, mais forte do que já a víramos.

Arya: O final de Arya é, embora previsível, delicioso. Bem sei que não posso dizer muito mais, mas adorei. Sempre gostei da personagem e da sua capacidade de raciocínio e de manter o sangue frio nas situações mais desesperantes e ver a sua personalidade nas últimas páginas do livro, deliciou-me e fez-me gostar ainda mais dela. Contudo, acho que faltava um pequeno pormenor, no seu fim...

Roran e Katrina: O primeiro, mostra-nos, mais uma vez, a sua grande capacidade de liderança. Adorei a parte em que põe o rei Orrin no seu lugar. Sempre gostei deste personagem e cada vez mais, à medida que vai ganhando importância. Também vemos mais de Katrina, neste volume. Acho que mais do que nos outros livros todos.

Para terminar, gostaria de salientar e louvar a atenção de Christopher aos pormenores, não tendo deixado pontas soltas sobre nenhum personagem, incluindo Sloan. Pessoalmente, tenho que admitir que nunca mais me lembrara deste personagem até ao momento em que este surge. 

É curioso como pedaços de imaginação tão depressa se tornam parte da nossa realidade. É com pezar que me despeço dos muitos personagens destas obras que me acompanharam durante anos. Recorda-los-ei  com carinho, pois fizeram parte de muitas páginas da minha juventude. Assim, adeus Eragon, Saphira, Arya, Nasuada, Murtagh, Angela, Solembum, Orik, Elva, Islanzadí, Roran, Katrina e tantos outros, mesmo os que nos deixaram mais cedo como Ajihad, Oromis e, claro, Brom.
Lutamos, ganhamos e perdemos juntos. Desta forma, fecha-se mais um capitulo de mais um obra (referindo-me aos quatro livros) que me fez soltar gargalhadas verdadeiramente divertidas, lágrimas de tristeza e tremores de raiva.


Obrigada, Christopher Paolini por partilhares o teu mundo connosco!=) 

5 comentários:

  1. Olá GhostReader,
    agora que li este post, relembrei-me do livro e que no fim do livro, chorei! Mas chorei mesmo a sério!
    Esperemos que o autor volte a escrever acerca deste mundo "só nosso".
    Beijinhos e boas leituras*

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    1. Olá!!=D

      Eheh, essa cena é-me muito familiar. Para além das lágrimas que fui derramando ao longo de toda a trama, chorei baba e ranho ao ler as últimas linhas e ver que tinha chegado ao fim.
      Tenho esperança que ele volte a escrever, mas, por outro lado, receio que ao faxe-lo estrague o mundo que criou. Vamos a ver! Li no site dele que não pretende deixar o mundo onde investiu tanto tempo e imaginação e fala-se da história do regresso de Eragon, ou de não sei quanto tempo depois da re-implamtação dos Cavaleiros, ou mesmo da história dos Cavaleiros para possíveis próximos livros!=) Eu cá vou aguardar ansiosamente!=p

      Bjinhos e boas leituras!**

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  2. Minhas queridas amigas, eu este fim de semana comprei esta saga toda, estava em promoção, comprei porque vocês me disseram que era o máximo que eu ia gostar e coisa e tal...se eu não gostar aiaiai..... Estou a brincar obviamente mas comprei e queria começar a ler o quanto antes mas agora estou a ler dois livros maravilhosos, que também eu vos aconselho: Os Pilares da Terra e O Rapaz do Pijama às riscas.
    Beijocas e boas leituras;)

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    1. Ah, vais gostar de certeza, deixa-te envolver no mundo que ele criou e até começas a ver elfos e dragões no teu dia-a-dia!=p
      O Rapaz do Pijama às Riscas já li, o outro estou ansiosa! Quando acabar estas sagas, vou fazer a colecção de Ken Follet!!=p

      Bjinhos e boas leituras!**

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  3. Ainda não li mas tenho que lhe pegar, agora ando a ler as sombras de Grey...quem sabe se não lhe pego nas férias grandes.
    Beijocas e boas leituras;)

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