segunda-feira, 21 de maio de 2012

"A Manopla de Karasthan", Filipe Faria



Título: A Manopla de Karasthan;
Autor: Filipe Faria;
Nº de páginas: 526;

Preço: 13,64€.









Resumo:

Na imensidão cósmica existe um mundo, Allaryia, de grandes heróis e vilões infames, de seres de uma beleza indescritível e criaturas maléficas de uma fealdade atroz, nações poderosas e impérios tirânicos. Depois de muitas eras que alternaram entre a paz e a discórdia, Allaryia encontra-se num tempo de aparente tranquilidade, de uma calma inquietante, semelhante ao silêncio que antecede a tempestade. Algures, numa câmara escura, subterrânea, algo se move, tentando libertar-se de anos de cativeiro, algo monstruoso, inumano, sedento de sangue e dor. O povo de Allaryia perdeu o seu campeão – Aezrel Thoryn, provavelmente morto numa batalha contra o Flagelo, a força das trevas, em Asmodeon – e mais do que nunca precisa de protecção. Aewyre Thoryn, o filho mais novo do saudoso rei, pega em Ancalach, a espada do seu pai, decide descobrir o que realmente lhe aconteceu e parte a caminho de Asmodeon. O que o jovem guerreiro não podia prever era que a sua demanda pessoal se iria transformar, à medida que os encontros se vão sucedendo, na demanda de um grupo particularmente singular, que reunirá a mais estranha e inesperada mistura de seres – Allumno, um mago, Lhiannah, a bela princesa arinnir, Worick, um thuragar, Quenestil, um eahan, Babaki, um antroleo, Taislin, um burrik, Slayra, uma eahanna negra e o próprio Aewyre. O ritmo a que se sucedem as aventuras é absolutamente alucinante, a cada passo surgem perigos mais tenebrosos, seres aterradores que esperam, ocultos nas sombras, o melhor momento para atacar e roubar a tão desejada Ancalach… Mas os laços de amizade que unem o grupo estão cada vez mais fortes e, juntos, sentem-se capazes de enfrentar qualquer inimigo.

Opinião:

Um palácio cheio de luxos, servos infindáveis, uma era de paz e toda uma história de reis tornados estátuas de ouro.
Um pai desaparecido misteriosamente, um rei ilegítimo e uma espada outrora lança, imbuída do poder de uma divindade.
Um mago com uma pedra na testa, um príncipe guerreiro, um thuragar veterano com um aperto de ferro, uma bela princesa arinnir com uma personalidade implacável, um burrik ardiloso, um eahan diferente, um antroleo cuja principal batalha é com ele mesmo e uma eahannoir com bom coração.

Estes são os heróis deste fantástico primeiro livro que inicia uma saga de sete.
Quando peguei nele, pensei que seria como muitos outros, com a mesma estrutura literária: primeiros capítulos mais parados, introdutórios; apresentação das personagens; clímax da acção; aproximação do fim. Pois não podia estar mais enganada. Logo nas primeiras três páginas do primeiro capítulo, somos confrontados com uma decisão vital da personagem principal e com uma batalha sangrenta. As apresentações são feitas de uma forma muito leve e o leitor é convidado a descobrir cada uma das personagens ao longo da narrativa. As batalhas seguem-se umas a seguir às outras, quase sem paragens, e os personagens são introduzidas ao longo das mesmas, não deixando grandes margens para conhecimentos, a não ser físicos. Em relação a este último tópico, deixo os meus parabéns ao autor, que consegue fazer-nos visualizar cada característica sem se tornar maçador ou excessivamente longo. Ainda no que se refere às batalhas, estas estão incrivelmente pormenorizadas, descrevendo cada golpe com exactidão. Penso, aqui, que se o autor tivesse cortado um pouco mais a essas descrições, por vezes demasiado exaustivas, introduzisse as relações entre os personagens mais cedo, estas não pareceriam atravancadas nos capítulos finais.
Pegando nas relações mencionadas, por outro lado do apresentado em cima, nota-se o esforço e o cuidado do autor em não as tornar forçadas ou irrealisticamente rápidas. Mais ou menos a meio do livro, começamos a aperceber-nos da evolução entre alguns personagens, nomeadamente, Quenestil e Slayra e Aewyre e Lhiannah. Mais não digo porque a descoberta destas é uma das melhores sensações à medida que vamos avançando na história. 
A batalha de Alyun é um dos pontos de viragem da história. É uma cena muito bem descrita e com episódios surpreendentes como o de Slayra com Ancalach, a evolução de Aewyre com Nabella e o florescer de sentimentos inesperados. Após esta batalha dá-se uma espécie de pausa onde ficamos a conhecer melhor cada um dos companheiros e onde nos apercebemos de pormenores que, provavelmente, de outra forma nunca veríamos, como a perspicácia de Babaki ou a verdadeira natureza de Aewyre que passa de um guerreiro boémio a um verdadeiro filho de reis.
Além da parte da aventura, temos ainda a do mistério, que torna toda a história ainda mais doce. Personagens como Hazabel, uma harahan, são introduzidas e cometem acções que nos deixam na dúvida e que não são explicadas, ainda. Não sabemos nada desta personagem, a não ser que odeia o seu "mestre", outra personagem, por sua vez, que não fazemos ideia quem seja (se bem que podemos desconfiar..).
O título do livro só nos é explicado a partir do "Livro Segundo", quando Aewyre é imbuído da tarefa de recuperar a Manopla de Karasthan, artefacto abençoado pelo deus Gilgethan, que estava a ser transportado para a Larvonia, para lá ser exposto. Mas a procissão perdeu-se nos pântanos de Moorenglade e cabe aos companheiro encontra-la e leva-la ao templo de Gilgethan mais próximo.
Por isto e muito mais, aconselho vivamente a leitura deste livro para quem é amante de universos paralelos, numa época medieval e com cenários bucólicos e muito bem descritos que nos fazem elevar ainda mais a imaginação.
Estou ansiosa por ler os próximos, que já estão na minha lista de aquisições!!

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